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A gente nunca sabe como Deus vai agir quando oramos pedindo a sua intervenção em nossa vida. Às vezes Ele muda uma situação, às vezes Ele muda um coração e às vezes os dois. Nesse processo, pode parecer que as coisas pioraram, ficaram mais difíceis, mas essa piora pode ser (e geralmente é) preparação do terreno para a mudança que Deus fará. Essa preparação é importante para nós, para estarmos maduros o suficiente para encarar a mudança que tão inocentemente pedimos (pois nunca sabemos medir as conseqüências do que pedimos) e importante para os de fora, para verem e perceberem nitidamente que quem está trabalhando e efetuado todas as coisas é o Senhor, e não nós, nem o acaso ou qualquer outra coisa. Por isso, quando orar, confie mesmo no Senhor e não se desespere. Pode ser que a coisa piore por um pouco, mas creia, porque a maior mudança que precisamos ter é em nosso caráter, e muitas vezes (pelo menos comigo foi e é assim), precisamos passar pelo fogo para que nossas intenções e fé sej

E lá vai ele mais um dia a correr pela cidade, procurando sabe-se lá o que! Sua vida tornou-se mecânica e por isso vazia. Acorda, cumpre o pequeno ritual de higiene pessoal (às vezes pula uma etapa, tendo preguiça de escovar os dentes). Sai, quase sempre atrasado para o trabalho que um dia pensou ser o caminho para sua tão anunciada realização pessoal (o que será isso, meu Deus). Agora o trabalho parece um peso, uma obrigação necessária que dá-lhe condições de pagar as suas contas, contas essas feitas com compras de coisas que não lhe eram necessárias e não lhe ajudavam em nada na tal da sua realização pessoal. No trabalho tinha relações cordiais, porém distantes, com os colegas de trabalho. Raramente participava dos momentos íntimos das pessoas. Não fazia visitas em suas casas, não participava das festas fora do trabalho, não saia com o pessoal após o trabalho. Antes, preferia ir para casa para assistir aquele seriado, aquele programa imperdível ou outra coisas qualquer que poderia co

“Por mais que as cruentas e inglórias batalhas do cotidiano duro ou cínico o suficiente para ele permanecer indiferente às desgraças ou alegrias coletivas, sempre haverá no seu coração, por minúsculo que seja, um recanto suave onde ele guarda ecos dos sons de algum momento de amor que viveu na sua vida. Bendito seja quem souber dirigir-se a esse homem que se deixou endurecer, de forma a atingi-lo no pequeno núcleo macio de sua apatia, essa grotesca forma de autodestruição a que por desencanto ou medo se sujeita, e inquieta-lo e comove-lo para as lutas comuns da libertação”. Plínio Marcos: escritor, ator e jornalista.