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Mostrando postagens de 2018

Flores e frutos | Sobre a importância de não perder os objetivos

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Eu gosto de flores. Sobretudo de fotografar flores na natureza, com suas cores, sua beleza, até suas imperfeições, que as tornam peculiares. Elas chegam com a primavera, que carrega em si o simbolismo da renovação, de início de novos ciclos (sobre tudo no hemisfério norte, onde o inverno é bem mais rigoroso). Mas assim como as outras estações (do ano e da vida), a primavera é passageira, faz parte de um ciclo contínuo, e as flores também fazem parte de um ciclo natural, não são eternas, são tão efêmeras quanto belas. Gostamos de vê-las, de usá-las nos momentos mais importantes de nossa vida (nas festas de 15 anos, nos casamentos, nos enterros), talvez justamente por sabermos que, assim como as flores, esses momentos, por mais marcantes que sejam, passam. São belos e efêmeros como elas. O objetivo das flores na natureza é despertar a atenção, é ser um outdoor de cores e odores, é a publicidade da vida que chama para si para levar a algo além. Toda a beleza e pe

Se beber não é pecado, por que os metodistas são abstêmios?

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Sobre usos e costumes da Igreja Metodista           O X Concílio Geral da Igreja Metodista, realizado em 1971, redigiu o seguinte texto nos Cânones da Igreja: “Dos Costumes Art. 3º - Como fez João Wesley, no seu tempo, seu pronunciamento em documento que chamou REGRAS GERAIS, código de conduta cristã para as pessoas que o procuraram, em busca de conforto espiritual, no desejo da salvação e santidade, assim a Igreja Metodista, adaptando a cada época a sua linguagem, conserva os mesmos princípios, os quais recomenda (grifo nosso) a todos os seus membros, como prática de vida, a saber: 1. Não praticar o mal. 2. Zelosamente, praticar o bem. 3. Atender às ordenanças de Deus. Fundamentada nesses princípios, a Igreja confia (grifo nosso) que os metodistas preservem a sua tradição e continuem a ser reconhecidos como pessoas de vida regrada. Os metodistas são: (...) -  Abstêmios do álcool como bebida -  Empenhados no combate aos vícios (...)” Destacamos do

MEDO DA ETERNIDADE

Clarice Lispector  Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: - Como não acaba? - Parei um instante na rua, perplexa. - Não acaba nunca, e pronto. - Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o m