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Mostrando postagens de 2008

Ele a tomou para si...

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Era noite, quase madrugada. Um vento frio levava a pouca dignidade que tentava resistir naquele beco escuro. Mais uma sexta-feira e lá está ela, encostada naquele poste sujo, corpo dormente, mente voando longe... ela nem sabe mais porque está ali. Não há prazer, o dinheiro é pouco e o medo é terrível. Enquanto pensa, observa que noite parece diferente. Era inverno, movimento fraco, nenhum cliente até aquela hora. Ao longe o som de alguns carros... o vento frio traz uma estranha sensação, indefinível... difícil entender se era algo bom ou ruim. "O vento sopra onde quer..." Aquela brisa noturna trouxe um sentimento há tanto esquecido: esperança. Esse sentimento novo lutava com o medo, um morador antigo de sua alma. Ela sentiu vontade de correr, vontade de sumir, vontade de nunca ter estado ali. Um sentimento de culpa invade seu coração. Lembrou-se de sua vida, de suas tragédias pessoais, de suas decisões e de tudo o que a conduzira até ali. Imagens tristes voltaram à sua mente:

Os milagres que ninguém vê!

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Ele caminhava pensativo, triste e irritado. Não sabia aonde ia, apenas caminhava. Estava no movimentado centro da cidade, mas evitava o olhar das pessoas. Ora olhava o chão sujo, ora olhava para o céu cinzento daquela tarde chuvosa. Onde as cores do dia se esconderam? Onde as cores da vida se esconderam? Sentia-se só e inútil, desempregado, sem dinheiro nem mesmo para pegar o ônibus. Onde estará a esperança? Ele só queria caminhar para bem longe, fugir da vida, dos problemas, da cidade. “Ah! Se eu tivesse asas como a pomba, voaria para um lugar de descanso! Fugiria para bem longe e moraria no deserto”.* Envolto em seus pensamentos, não conseguia encontrar saída. Não dava para fugir de si mesmo. Seu coração precisava de consolo, sua alma precisava de descanso, seu espírito precisa de paz. Todo o seu ser chorava. Num esforço monumental tentava lembrar de momentos de alegria, de alguma coisa boa que a vida lhe preparou em algum dia perdido no passado. Lembrou-se que já havia sentido a pre

Vamos plantar sempre sementes de esperança

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Às vezes me vejo como o povo de Israel Saído do Egito, e parado, cético Diante do mar vermelho. Às vezes me sinto como Maria e os discípulos Confusos e sem esperança Num sábado de silêncio e dor Após a crucificação do Mestre. Às vezes eu me sinto triste e abandonado Sem sorte e sem justiça Como Daniel, jogado na cova dos leões São momentos da vida nos quais parece não haver lugar para a esperança A noite é tão escura e parece não ter fim... Mas a teimosia do Reino, pequena como um grão de mostarda Tímida como a luz de uma vela em meio à grande noite escura, Decide aparecer, no tempo correto, no momento exato, Na hora propícia. Estão, o mar se abre e um novo caminho surge diante de nós, Confirmando a poderosa libertação, quebrando o ceticismo e o medo. Então, pela manhã, o domingo que amanheceu encharcado de tristeza e saudades Revela uma cova vazia.... já não há morte, há vida E certeza da ressurreição! Então, na cova escura, os leões que vinham nos devorar Permanecem quieto