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Mostrando postagens de setembro, 2008

Ele a tomou para si...

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Era noite, quase madrugada. Um vento frio levava a pouca dignidade que tentava resistir naquele beco escuro. Mais uma sexta-feira e lá está ela, encostada naquele poste sujo, corpo dormente, mente voando longe... ela nem sabe mais porque está ali. Não há prazer, o dinheiro é pouco e o medo é terrível. Enquanto pensa, observa que noite parece diferente. Era inverno, movimento fraco, nenhum cliente até aquela hora. Ao longe o som de alguns carros... o vento frio traz uma estranha sensação, indefinível... difícil entender se era algo bom ou ruim. "O vento sopra onde quer..." Aquela brisa noturna trouxe um sentimento há tanto esquecido: esperança. Esse sentimento novo lutava com o medo, um morador antigo de sua alma. Ela sentiu vontade de correr, vontade de sumir, vontade de nunca ter estado ali. Um sentimento de culpa invade seu coração. Lembrou-se de sua vida, de suas tragédias pessoais, de suas decisões e de tudo o que a conduzira até ali. Imagens tristes voltaram à sua mente: