Flores e frutos | Sobre a importância de não perder os objetivos
Eu gosto de flores. Sobretudo de fotografar flores na
natureza, com suas cores, sua beleza, até suas imperfeições, que as tornam peculiares.
Elas chegam com a primavera, que carrega em si o simbolismo
da renovação, de início de novos ciclos (sobre tudo no hemisfério norte, onde o
inverno é bem mais rigoroso).
Mas assim como as outras estações (do ano e da vida), a
primavera é passageira, faz parte de um ciclo contínuo, e as flores também
fazem parte de um ciclo natural, não são eternas, são tão efêmeras quanto
belas.
Gostamos de vê-las, de usá-las nos momentos mais importantes
de nossa vida (nas festas de 15 anos, nos casamentos, nos enterros), talvez
justamente por sabermos que, assim como as flores, esses momentos, por mais
marcantes que sejam, passam. São belos e efêmeros como elas.
O objetivo das flores na natureza é despertar a atenção, é
ser um outdoor de cores e odores, é a publicidade da vida que chama para si
para levar a algo além.
Toda a beleza e perfume servem para atrair pássaros e
insetos que vão fazer a polinização e continuar o ciclo reprodutivo da planta. As
flores têm uma função semelhante à publicidade e propaganda, mas esse é assunto
para outro momento.
O que quero destacar aqui é que, se o objetivo da planta
fosse apenas produzir a mais bela flor e parasse por aí, a planta e a
continuidade da sua espécie estariam terminadas. Mas o processo de fecundação
faz com que o pólen chegue até o gineceu e alcance o óvulo, desenvolvendo o
ovário, transformando-se em fruto e o óvulo em semente, fazendo assim com que a
flor murche.
E assim somos nós. Temos nossos momentos de “flor”, momentos
coloridos e cheios de perfume, de chamar a atenção, de ser exuberantes, de
sermos jovens.
Mas para sermos fecundos, nos nossos planos, nas nossas
ideias, nos nossos sonhos, temos que enfrentar o fenecimento da flor. Ela
murchará. Aquele momento passará, mas não pode ser estéril, tem que ser fecundo,
produzir as sementes de novas experiências, de novos objetivos, de novas
produções, de nova vida.
Não se deixe seduzir pelo colorido e charmoso chamado das
flores. Isso tem o seu momento, mas lembre-se que seus objetivos são mais
profundos.
Se este momento na sua carreira é florido e exuberante,
lembre-se de pensar além, nos frutos que eles devem produzir.
Se este momento na sua vida pessoal está chamativo e alegre
como um lírio, lembre-se que existem períodos de hibernação, de necessário
silencio e solidão.
Se você está num momento de galhos secos e ramos retorcidos,
lembre-se que isso também faz parte, não deixe de regar sua vida com estudo,
preparação, planejamento, amizades verdadeiras (que são mais importantes que um
poderoso networking) e, sobretudo, esperança: a primavera voltará!
E lembre-se: enquanto aprecia as flores, prepara-se para
frutos.
Oi Roger, descobri seu blog hoje e estou amando as leituras
ResponderExcluirOi Roger descobri seu blog hoje e estou amando as leituras.
ResponderExcluirMarialice